Meros
O mero (Epinephelus itajara) é um peixe que pertence à família
dos serranídeos, e representa, juntamente com garoupas, chernes e badejos, uma das maiores espécies de peixes marinhos, podendo chegar a pesar de 250 kg a mais de 400 kg e medir 2,7 metros.
Como estes peixes são encontrados em lajes, estuários e
manguezais, bem como em naufrágios e até mesmo em plataformas, e são muito grandes e lentos, freqüentando locais com fundo de pedra e grandes tocas, são facilmente capturados por mergulhadores inescrupulosos, o que resultou em um sério risco de extinção desta bela espécie que não tem predador natural. |
Podendo ser encontrados em todo o litoral brasileiro, sua pesca, captura, transporte,
comercialização, beneficiamento e industrialização está proibida.
A espécie é muito vulnerável à pesca, pois possui taxas de crescimento
lento, atingem grandes tamanhos, agregam-se para a reprodução, maturam sexualmente tardiamente e são territorialistas.
O Mero, também conhecido como Senhor das Pedras, tem formato arredondado e chega
a ultrapassar dois metros de comprimento.
Porém, apesar de sua imponência, onde não é caçado é extremamente manso, deixando-se
tocar por mergulhadores. |
• A pesca sub representa a principal causa no declínio dos meros no Golfo do México. • No Golfo do México encontra-se extinto como recurso pesqueiro. • Padrões simples de gerenciamento não foram suficientes para conter o declínio no Golfo do México. • Em águas federais do EUA, no caso de captura acidental, devem ser imediatamente liberados. Onde vivem os Meros
Os manguezais, os recifes de corais e os ambientes rochosos, principalmente no Sudeste e
Sul do Brasil. O Mero foi batizado por um pesquisador alemão que esteve no Brasil no século XIX, segundo uma denominação Tupi-Guarani (ita= pedras, jara=senhor).
O nome é referência ao alto nível ocupado pelos Meros na cadeia trófica marinha e por
viver em grandes tocas nas rochas. |
O bioma Mata Atlântica é muito importante no ciclo de vida de muitas espécies marinhas,
como o Mero. A vegetação de manguezal na interface com a água do estuário e vegetação de Mata Atlântica (floresta ombrófila) é um ambiente propício a espécie.
Raízes dos manguezais são adequados para os jovens Meros e outros peixes e crustáceos se
protegerem nas fases iniciais da vida.
Recifes de Corais também são os ambientes marinhos habitados pelos Meros principalmente
no Norte e Nordeste do Brasil. Além do Mero, uma enorme diversidade de organismos habita estes que são os ambientes marinhos de maior biodiversidade.
Em São Francisco do Sul, também em Santa Catarina, os locais de ocorrência destes peixes são
conhecidos, e operadoras de mergulho são muito beneficiadas deste fato. Exatamente na época de alta temporada (verão), quando turistas de todo o Brasil, deslocam-se para o litoral catarinense, é que Meros agregam-se para a reprodução.
O turismo submarino voltado para este peixe é cada vez mais procurado. Um bom exemplo desta
prática está ocorrendo no litoral do Paraná e também está sendo iniciado na Bahia, onde mergulhadores tem um contato seguro e informativo com os meros presentes nestas regiões. Pouquíssimos são os locais onde as condições em que se encontram as populações de Meros e a previsibilidade de ocorrência espacial e temporal permitem o contato direto com o animal. Esta é uma maneira sadia e educativa de utilizar este recurso. |
Características• Vive até 100m de profundidade. • Pode viver 40 anos. • Atinge mais de 2m de comprimento. • Começam a reproduzir com 1,1 a 1,2 metros de comprimento e com 4 a 7 anos de idade. • Agregam-se perto da Foz de grandes rios em épocas e locais conhecidos com a finalidade de encontrarem parceiros para a reproduzir. • Gostam muito de comer lagostas.
Meros adultos e principalmente os juvenis estão presentes nos mangues dentro de estuários.
Estudos sobre a espécie em geral são escassos. Porém, já é verificado em outras regiões
estudadas (ex.: Golfo do México) que a biologia da espécie possui características que tornam a população altamente suscetível a sobrepesca e depleção rápida do estoque. Cerca de um quarto dos pontos de agregação conhecidos foram totalmente eliminados. |
É o maior dos representantes no Atlântico podendo chegar ao peso máximo de aproximadamente 455 kg e são marcados visivelmente por seus cabeça lisa e larga, espinhos dorsais curtos, olhos pequenos e dentes caninos. Sua cor varia de marrom amarelado à azeitona, com os pontos escuros pequenos na cabeça, no corpo e nas barbatanas. Os machos tendem a mudar a cor ao cortejar. Quanto mais peixes estiverem reunidos, mais intensas são as interaçães entre os indivíduos. Os Meros são predadores situados em níveis superiores da cadeia trófica, e alimentam-se principalmente de crustáceos, lagostas e caranguejos. Juvenis alimentam-se de camarões, caranguejos e bagres marinhos, mas podem comer polvos, tartarugas e outros peixes também. O maior problema enfrentado pelo mero é a falta de dados exatos inerentes à biologia da espécie. |
É impressionante ver um Mero se alimentando.
Ele faz um barulho com a boca (como um estouro) que deixa tontos os peixes pequenos,
depois ele suga a água (como se fosse um aspirador de peixes). |
Ameaças
A maior ameaça ao Mero é provavelmente o homem, pois sua carne é deliciosa e branca.
São também peixes fáceis de pescar.
Os Meros são peixes que vivem cerca de 40 anos, crescem devagar e demoram a iniciar
atividade reprodutiva. Quando você retira um animal tão grande do mar, o papel que este peixe representava no ambiente vai demorar para ser novamente exercido por outro peixe. Isto quer dizer que aquele indivíduo vai fazer muita falta dentro do ambiente.
Outro problema é o fato dos Meros agregarem-se, isto é, reunirem-se em datas e locais
conhecidos pelos pescadores. Quando estão juntos tornam-se ainda mais vulneráveis.
Não há muitas informações sobre seus predadores naturais, mas poucos predadores podem
se alimentar dele devido seu tamanho. |
Pessoalmente, considero uma covardia a caça ao Mero. |
Em uma avaliação preliminar ficou caracterizado que na Baía de
Babitonga (pertinho do museu do mar) onde o peixe já foi estudado sistematicamente, os Meros são capturados predominantemente de duas formas: espinhel de fundo e pesca subaquática. Presume-se, entretanto, que a pesca submarina está contribuindo consideravelmente com o extermínio dos agregados reprodutivos.
Entretanto a grande vulnerabilidade destes grandes peixes faz com que o impacto
de cada pescador na população seja devastador.
Em contrapartida, bons exemplos são encontrados entre os praticantes da pesca
subaquática esportiva.
Trata-se de um peixe que encanta mergulhadores, dos iniciantes aos mais experientes.
Mesmo tratando-se de uma espécie de peixe ameaçada de extinção, pouco conhecimento científico está disponível sobre as populações de Epinephelus itajara ocorrentes no Brasil. Apenas é constatado o desaparecimento gradual destes peixes de locais onde antes eram abundantes. Não se sabe exatamente o número exato de indivíduos e o total em biomassa que tem sido capturado anualmente. A causa mais provável dos drásticos declínios é a pressão forte da pesca. Quando um grande número de peixes normalmente dispersos, são concentrados em áreas e em horas previsíveis, são altamente vulneráveis a sobre-pesca. Sua taxa de crescimento lenta, vida longa, e grande tamanho de maturação sexual fazem desta espécie muito vulnerável, diminuindo a variabilidade genética.
Esta espécie vem recebendo atenção de pesquisadores em todo o oceano
Atlântico em função de seu status de conservação, classificado como criticamente ameaçado. Há mais de dez anos protegido da pesca em todo o Golfo do México, somente em 2002 é que o Mero recebeu a primeira proteção de uma moratória específica no Brasil (IBAMA, portaria nº 121 de 20 de setembro de 2002). Com isso, se tornou a primeira espécie de peixe marinho a receber uma portaria específica que estabelece a moratória da pesca pelo período de 5 anos, que foram depois prorrogados.
As informações sobre este importante peixe constam inseridas na cultura de
algumas comunidades de pescadores, que ao utilizarem os recursos naturais do ambiente onde vivem, acumulam o conhecimento sobre a espécie e seu ambiente. Diante da falta quase que absoluta de conhecimento sobre a bioecologia do Mero no Brasil, percebe-se que é fundamental recorrer ao conhecimento ecológico de pescadores como subsídio à pesquisa e conservação |
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Peixe o Meros
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